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O que falta à Liberdade Liberdade?

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liberdade

Liberdade Liberdade é uma novela que, à primeira vista, tem tudo: um grande elenco, produção e direção bem cuidadas, bons diálogos e uma história que se passa em uma época riquíssima dramaturgicamente. O resultado, porém, é uma novela morna, tanto em audiência quando em repercussão, esta última mais fria do que morna, para falar a verdade.

A ‘liberdade’ do título (não só do Brasil, mas também dos escravos e das próprias pessoas) foi tratada superficialmente até o momento e a protagonista (Andreia Horta) mais se envolveu em casos isolados do que fez andar sua história e o resgate de seu passado. A trama tem sido construída mais por episódios do que por uma história central forte e coesa, que chame atenção e dê unidade para a obra.

Força é, aliás, o que mais falta ao enredo, cujo horário admite algo mais ousado, e não estamos falando aqui de cenas de nudez ou sexo. A personagem de Maitê Proença, por exemplo, que prometia ser cruel e polêmica, agora vive amedrontada pelos cantos. Zezé Polessa, que dá vida a uma “bruxa”, virou uma espécie de coringa pronto para ressuscitar um personagem sempre que necessário.

Falando na atriz, em entrevista para um programa de TV, ela mencionou que uma cena na qual sua personagem defendia o aborto foi cortada, o que mostra um pouco o caminho escolhido, não sei se pela emissora, pela direção ou pelo autor: os acontecimentos são sempre mornos para uma época tão violenta e rica de conflitos.

Como disse no começo, há todo um capricho típico da emissora e vale acrescentar que a história não é ruim, longe disso, aliás; mas a impressão que fica é que falta ao enredo o que há duas vezes no título: a tal da liberdade. Para fazer a história voar mais alto.



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